Que o idioma oficial do Brasil é o português ninguém tem dúvidas. Mas você sabia que a língua brasileira de sinais tem o mesmo status do idioma falado e escrito? A Lei 10.436 reconhece esse como um meio legal de comunicação no país desde 2002.
E mais: determina que pessoas com deficiência auditiva tenham tratamento igualitário na comunicação. Isso significa, por exemplo, que ao atender um cliente em uma loja o ideal é que vendedor se comunique em língua de sinais, esclarece Larissa Matos, analista de educação inclusiva do Senac no Sul de Minas. Mas além desse, há, pelo menos, outros três motivos que fazem do aprendizado dessa nova língua valer a pena.
Novo mercado à vista
O Brasil tem hoje cerca de 9,7 milhões pessoas com deficiência auditiva, segundo dados do Censo 2010/IBGE. Ou seja: são 9,7 milhões de clientes que precisam se qualificar, se alimentar, se divertir e consumir produtos e serviços. Nesse caso, a comunicação é fundamental para o sucesso das vendas e ela deve ser feita na língua de quem irá comprar. Afinal, se um turista norte-americano for almoçar em um restaurante, o garçom irá se comunicar com ele em inglês, certo?
O corpo fala
Bocejar, sorrir, cruzar os braços. Para pessoas que não possuem deficiência auditiva, esses sinais, muitas vezes sutis durante uma interação, podem passar despercebidos. Já para quem tem nos gestos o principal foco da comunicação, o corpo de fato é o que fala. Por isso, alfabetizar-se em libras pode ser uma forma de autopercepção e autoconhecimento para quem não possui deficiência, o que contribui, inclusive, para a comunicação interpessoal.
Ponto para o currículo
Você sabia que quem aprende libras é considerado, no mínimo, bilíngue? Está aí uma resposta na ponta da língua que você pode dar ao seu futuro empregador quando ele perguntar em quantos idiomas você é fluente. Isso pode, inclusive, oportunizar sua participação em projetos na empresa que exijam, por exemplo, um olhar direcionado para melhor atender pessoas com deficiência.
Sem contar que aprender libras é uma decisão, de fato, inclusiva. “Quando as pessoas se comunicam comigo por libras me sinto respeitada. É completamente diferente do contato superficial que tenho com quem só faz gestos”, conta a auxiliar administrativo Flávia Rivas.