Em 21 de março é celebrado o Dia Internacional da Síndrome de Down. A data foi criada para promover a conscientização global, celebrar a vida das pessoas com a síndrome e garantir que elas tenham as mesmas liberdades e oportunidades que todas as pessoas. Esse dia foi escolhido por fazer alusão a triplicação (trissomia) do 21º cromossomo, que é a causa a síndrome.
A síndrome de Down é causada pela presença de três cromossomos 21 em todas ou na maior parte das células de um indivíduo. As pessoas com a síndrome têm 47 cromossomos em suas células, em vez de 46, como a maior parte da população.
Essa síndrome ocorre em todas as regiões do mundo e afeta o desenvolvimento cognitivo, as características físicas e a saúde dos indivíduos. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, há cerca de 300 mil brasileiros com Síndrome de Down.
Inclusão pelo trabalho
Pessoas com a síndrome podem e devem ser estimuladas ao aprendizado como qualquer outro profissional. O artigo 27 da convenção da ONU sobre os direitos das pessoas com deficiência estabelece que todos têm direito a oportunidades iguais de trabalho.
O Brasil conta com uma legislação trabalhista específica que favorece a inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho. O Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei 13.146/2015) veda a restrição ao trabalho da pessoa com deficiência e qualquer discriminação em razão de sua condição.
A entrada no mercado de trabalho de pessoas com síndrome de Down é essencial para a inclusão plena na sociedade. Além disso, os indivíduos com síndrome e que não estão empregados tendem a ter mais depressão e baixa estima.
Por outro lado, o ambiente profissional ajuda as pessoas a ganhar responsabilidades e desenvolver relacionamentos com grupos diversos. Isso favorece o desenvolvimento de habilidades cognitivas, mecânicas e de adaptação a diferentes situações, inclusive na vida pessoal.
Juliana Rezende Gaudêncio, coordenadora de Educação do Senac, afirma que “empregar pessoas com síndrome de Down amplia a autonomia pessoal, as relações sociais, a capacidade produtiva e criativa, e, ainda a identidade e a satisfação do indivíduo consigo mesmo".
A gestora salienta que empregar pessoas com esta síndrome e outras deficiências intelectuais traz também benefícios não apenas para as organizações. “Agrega valor na empresa por meio da responsabilidade social; promove a humanização e o enriquecimento das relações interpessoais no trabalho e estimula a diversidade o desenvolvimento da cooperação e da solidariedade na empresa", aponta Juliana.
Helga Almeida Pinto, 43 anos, é colaboradora do Banco Inter, onde atua como massagista. Ela faz o curso de Quick Massagem na unidade do Senac em Manhuaçu e comenta como foi sua trajetória na instituição. “Foi uma experiência que nunca imaginei que fosse acontecer. Aprendi muitas coisas durante o curso como sobre quais pontos podem e devem ser manipulados para promover o relaxamento. Foi maravilhoso ter a oportunidade de aprender cada vez mais. Tenho muito a agradecer ao Senac, e em especial a professora Claudia, por ter chegado aonde cheguei hoje."
Ela explica como a formação profissional contribuiu para sua contratação pelo Banco Inter. “Quando o Leonardo (Gontijo, presidente e fundador do Mano Down) soube da minha capacitação pelo Senac, ele me recomendou para a vaga no Banco Inter. Sou muito grata também ao Instituto Mano Down por essa parceria que proporcionou essa oportunidade de emprego."
Helga destaca a importância da sua carreira profissional. “Mais do que uma profissão, meu trabalho é a realização de um sonho que não imaginei que poderia alcançar. Sou uma pessoa muito mais feliz e realizada com o meu trabalho."